terça-feira, 17 de janeiro de 2012

FALSIFICACIONISMO

Introdução
O capítulo “Apresentando o falsificacionismo” do livro intitulado “O que é ciência afinal?” de Chalmers, nos traz limitações e insuficiências do falsificacionismo, argumentando que a história do conhecimento científico é rica em exemplos que nos mostram que as primeiras formulações de novas teorias, que implicaram novas concepções imperfeitamente formuladas, não se abandonaram e desenvolveram-se apesar das aparentes falsificações.
 O falsificacionista insiste que a atividade científica deve dedicar-se à tentativa de falsificar as teorias estabelecendo a verdade dos enunciados observados que são incompatíveis com elas. Assim a aceitação de uma teoria é sempre provisória e, por outro lado, a rejeição de uma teoria pode ser concludente.
A essência da postura de Popper sobre enunciados observáveis é que a sua aceitação se mede pela sua capacidade para sobreviver a provas. As que não superam as provas são rejeitadas, as que as superam são conservadas de modo provisório.
Se os cientistas tivessem atendido estritamente à metodologia do falsificacionismo, as teorias que hoje se consideram em geral como os melhores exemplos de teorias científicas, nunca teriam sido desenvolvidas, porque teriam sido rejeitadas logo à sua nascença.

Principais pontos apresentados no texto

No falsificacionismo, as teorias são interpretadas como conjecturas especulativas no sentido de superar problemas anteriores e dar uma explicação adequada do comportamento de alguns aspectos do mundo ou do universo.

As teorias especulativas devem ser rigorosamente testadas por observação e experimento.

- Teorias que não resistem a testes de observação e experimento devem ser eliminadas e substituídas por outras conjecturas especulativas.

- A ciência progride por tentativa e erro, por conjecturas e refutações. Apenas as teorias mais adaptadas sobrevivem.

- Nunca se pode dizer legitimamente que uma teoria é verdadeira, pode-se dizer que ela é a melhor disponível.

Para fazer parte da ciência, uma hipótese deve ser falsificável.  Uma hipótese é falsificável quando uma proposição de observação possível seja inconsistente com ela. Exemplo:
É falsificável – Nunca chove às quartas-feiras.
Não é falsificável – Ou está chovendo ou não está chovendo.

Uma teoria muito boa é aquela que faz afirmações bastante amplas e, em consequência, é altamente falsificável, e resiste a falsificação toda vez que é testada. Exemplo:
Marte se move numa elipse em torno do Sol.
Todos os planetas se movem em elipses em torno se seus sóis.

Aspectos interessantes e pertinentes relacionados à compreensão do conhecimento científico

- Usa-se a dedução lógica para chegar à falsidade de leis e teorias universais.
Ex.: Todos os corvos são pretos.
Premissa: Um corvo, que não era preto, foi observado no local x no momento m.
Conclusão: Nem todos os corvos são pretos.

Psicologia adleriana: As ações humanas são motivadas por sentimentos de inferioridade de algum tipo. Chalmers cita no livro a teoria de Adler, que vai contra o falsificacionismo. Por exemplo: Um homem está parado a margem de um rio traiçoeiro no instante que uma criança cai no rio, próximo a ele. Se ele mergulhar para tentar salvar a criança, o homem obviamente precisou superar seu sentimento de inferioridade demonstrando que era corajoso suficiente para saltar no rio, a despeito do perigo. Se o homem não mergulhar seria porque ele estava superando seus sentimentos de inferioridade demonstrando que tinha a força para permanecer na margem, sem se perturbar, enquanto a criança se afogava.
Há muitas teorias sociais, psicológicas e religiosas que despertam a suspeita de que, em sua preocupação de explicar tudo, elas não explicam nada.

Teoria de Kepler: posições planetárias relativas ao Sol, em períodos específicos.
Teoria de Newton: movimento de Newton mais sua lei da gravidade.
As teorias de Newton e Kepler são falsificáveis, embora a de Newton seja mais que a de Kepler, pois sua teoria é mais completa.
Dois séculos depois, Einstein implantou a teoria especial da relatividade que se tornou mais falsificável que a de Newton.

Outro exemplo é o seguinte enunciado: A velocidade da luz num vácuo é de 299,8x10 metros por segundo. A velocidade da luz num vácuo é de cerca de 300x10 metros por segundo.
A primeira afirmação é mais falsificável que a segunda, porque está mais precisa.

A ciência não começa com uma simples observação, e sim com um problema observado.
Problema: Como os morcegos são capazes de voar tão habilmente à noite, a despeito do fato de terem olhos tão pequenos e fracos?
Depois de ser submetida a testes, descobre-se que as orelhas do morcego estão envolvidas em sua habilidade de evitar obstáculos.


           

Na disciplina de Epistemologia ministrada pelo professor Robledo dos Santos Luza, eu em parceria com Camila Miglioranza, Patrícia Esperafico, Simone Dala Zen Pires e Tina Gabriele Enzweiler desenvolvemos este trabalho para apresentar o falsificacionismo. Nossa única fonte foi o Livro de Chalmers "O Que é Ciência Afinal?".


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