quarta-feira, 29 de junho de 2011

Teoria Crítica


Eu, Etiqueta
Carlos Drumond de Andrade 

Em minha calça está grudado um nome, que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nessa vida, em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada, por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda!

É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante sentinte e solitário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente), e nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.

Não sou – vê-lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares, festas, praias, piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa.

Sou gravado de forma universal, seio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.
 

Este trabalho foi baseado na técnica de fotonovela e no poema de Carlos Drummond de Andrade, "Eu, Etiqueta". Foi desenvolvido por Alice Pellizzoni Lima, Deise Mazzochi e Joice Cristine Heinemann, na disciplina de Teoria da Comunicação I com a professora Eulália Coelho, da Universidade de Caxias do Sul.

TAZ

Nos anos 80, o mundo recebia uma “rede” de informações. Apesar de ser ainda primitiva conseguiu êxito. Esta nova “rede” era formada por comunidades, lugarejos, passagens informativas e algumas mini-sociedades que viviam fora da lei.

A partir da década de 90, ao ser desenvolvida, esta “rede” ampliou-se, transformando-se no que hoje chamamos INTERNET.

Acha-se que no futuro, essa tecnologia, pode tornar-se realidade as Zonas Autônomas Temporárias. São as informações circulando na rede de forma livre e autônoma, sem a ação do homem, sendo automaticamente apagadas após estar desatualizada. Mas, por enquanto, tudo isso é mera ficção científica.
Apesar de seu anti-marketing, TAZ tornou-se um Best-seller. A partir de seu lançamento, no final dos anos 80, foi reproduzido infinitamente na Internet (com a bênção do autor, que é contra direitos autorais) e ganhou edições em dezenas de países. Os conceitos lançados por Bey tornam-se cada vez mais difundidos no universo do ativismo radical de esquerda. Principalmente o conceito de Zona Autônoma Temporária, mais conhecida pela sigla TAZ (de Temporary Autonomous Zone). A idéia de combater o Poder criando espaços (virtuais ou não) de liberdade que surjam e desapareçam o tempo todo. Usando de sua inusitada erudição, Hakim Bey cruza as referências mais inesperadas: da filosofia sufi aos situacionistas franceses, de Nietzsche aos dadaístas. E vai buscar precedentes para a TAZ entre os piratas dos séculos XVI e XVII, nos quilombos negros da América e nas efêmeras repúblicas libertárias do início do século XX.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Movimentos Sociais Virtuais

Com a chegada da Internet, na segunda metade do século 90, abriu-se o caminho para um novo mundo. Este mundo virtual não tem a pretensão de atingir milhões de pessoas, privilégio dos que detêm o controle dos meios de comunicação tradicionais. O que busca é promover a disseminação de ideias e o máximo de intercâmbios.

As organizações não-governamentais decidiram apostar na Web, na qual tem a capacidade de disponibilizar, em qualquer tempo e espaço, variadas atividades, formas e expressões de vida.

Segundo Pierre Lévy, o ciberespaço configura-se como um universal indeterminado, sem controles e hierarquias aparentes, sem pontos fixos para a veiculação de informações e saberes, com a peculiaridade fundamental de universalizar sem totalizar. (P. Lévy. Paris: 1997)

Na Web o objetivo básico é disponibilizar, colocar em andamento e execução, tornar dados, imagens e sons acessáveis e acessíveis. Portanto são os usuários que determinam os sentidos possíveis para as mensagens, sendo que os processos não se anulam, eles se acrescentam e se mesclam, acumulam dados e experiências. É a mídia interativa, ultra-rápida, intermitente e multidimensional.

A abundância de variedades na Internet contraria a imaginação dos homens políticos que se habituaram a um universo regido apenas por estatísticas, sondagens de opinião e efeitos televisivos. As vozes da sociedade civil representam grupos de pessoas identificadas com causas e comprometimentos comuns, não importando o porte das ONGs.


As cibercampanhas sindicais, ainda principiantes, partem do entendimento de que, frente a uma economia globalizada, os meios de luta igualmente precisam se internacionalizar e se conectar. Não bastam as greves, as passeatas e a imprensa sindical. Já se pode inundar de e-mails as caixas postais dos patrões e de organismos governamentais; denunciar, em tempo recorde, demissões e abusos, conclamando os consumidores a boicotarem produtos das empresas; e convocar, em tempo real, afiliados para assembléias conjuntas, manifestações de rua e piquetes.

Qualquer pessoa pode endossar o abaixo-assinado virtual e, com um clique do mouse, remetê-lo aos destinatários escolhidos.

No Brasil, a Internet tem sido cada vez mais acionada para difundir campanhas e causas, sobretudo através do correio eletrônico, pois o e-mail mudou o modo de comunicação entre as ONGs.

Há centrais virtuais de denúncias de violações dos direitos humanos onde podem ser enviados por e-mail. Os denunciantes não precisam, necessariamente, se identificar. Mas, se o fazem, o sigilo é assegurado. Os registros são encaminhados aos setores encarregados de averiguá-los e, se preciso complementá-los. Constatada a veracidade da denúncia, o usuário recebe comunicação sobre as providências tomadas.
Interessante é como as redes virtuais se interpenetram e se retroalimentam.

Fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/ojs-2.3.1-2/index.php/revistaintercom/article/viewFile/501/471

Origem da Escrita

Não se pode identificar uma única sociedade como sendo a primeira a desenvolver a escrita, pois em épocas muito próximas, vários povos criaram seus próprios métodos de representação gráfica. Por isso citarei alguns desses povos juntamente com suas formas de escritas.

Os sumérios habitavam a Mesopotâmia e sua escrita era cuneiforme. Este nome foi associado ao objeto com formato de cunha, auxiliador de seu desenvolvimento realizado em placas de barro ou argila.
Escrita cuneiforme

Os egípcios no Antigo Egito deram origem a duas novas formas de registros. Demótica, uma escrita mais simplificada; e Hieroglífica, mais complexa, formada de desenhos e símbolos. O papiro, produzido a partir de uma planta de mesmo nome, era uma espécie de papel utilizado pelos egípcios com a finalidade da gravação de suas escritas.
Escritas demótica e hieroglífica, respectivamente

O alfabeto latino, de onde descende nosso português, se origina da versão de um sistema de escrita modificado pelos gregos, anteriormente criado pelos fenícios com naturalidade da costa norte do Mar Vermelho, atual Líbano.

Alfabeto latino

Fonte:         Mundo Educação » História Geral » Origem da Escrita
                   Dr.Mário Carabajal - Presidente da Academia de Letras do Brasil - Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica/UFRR