terça-feira, 28 de junho de 2011

Movimentos Sociais Virtuais

Com a chegada da Internet, na segunda metade do século 90, abriu-se o caminho para um novo mundo. Este mundo virtual não tem a pretensão de atingir milhões de pessoas, privilégio dos que detêm o controle dos meios de comunicação tradicionais. O que busca é promover a disseminação de ideias e o máximo de intercâmbios.

As organizações não-governamentais decidiram apostar na Web, na qual tem a capacidade de disponibilizar, em qualquer tempo e espaço, variadas atividades, formas e expressões de vida.

Segundo Pierre Lévy, o ciberespaço configura-se como um universal indeterminado, sem controles e hierarquias aparentes, sem pontos fixos para a veiculação de informações e saberes, com a peculiaridade fundamental de universalizar sem totalizar. (P. Lévy. Paris: 1997)

Na Web o objetivo básico é disponibilizar, colocar em andamento e execução, tornar dados, imagens e sons acessáveis e acessíveis. Portanto são os usuários que determinam os sentidos possíveis para as mensagens, sendo que os processos não se anulam, eles se acrescentam e se mesclam, acumulam dados e experiências. É a mídia interativa, ultra-rápida, intermitente e multidimensional.

A abundância de variedades na Internet contraria a imaginação dos homens políticos que se habituaram a um universo regido apenas por estatísticas, sondagens de opinião e efeitos televisivos. As vozes da sociedade civil representam grupos de pessoas identificadas com causas e comprometimentos comuns, não importando o porte das ONGs.


As cibercampanhas sindicais, ainda principiantes, partem do entendimento de que, frente a uma economia globalizada, os meios de luta igualmente precisam se internacionalizar e se conectar. Não bastam as greves, as passeatas e a imprensa sindical. Já se pode inundar de e-mails as caixas postais dos patrões e de organismos governamentais; denunciar, em tempo recorde, demissões e abusos, conclamando os consumidores a boicotarem produtos das empresas; e convocar, em tempo real, afiliados para assembléias conjuntas, manifestações de rua e piquetes.

Qualquer pessoa pode endossar o abaixo-assinado virtual e, com um clique do mouse, remetê-lo aos destinatários escolhidos.

No Brasil, a Internet tem sido cada vez mais acionada para difundir campanhas e causas, sobretudo através do correio eletrônico, pois o e-mail mudou o modo de comunicação entre as ONGs.

Há centrais virtuais de denúncias de violações dos direitos humanos onde podem ser enviados por e-mail. Os denunciantes não precisam, necessariamente, se identificar. Mas, se o fazem, o sigilo é assegurado. Os registros são encaminhados aos setores encarregados de averiguá-los e, se preciso complementá-los. Constatada a veracidade da denúncia, o usuário recebe comunicação sobre as providências tomadas.
Interessante é como as redes virtuais se interpenetram e se retroalimentam.

Fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/ojs-2.3.1-2/index.php/revistaintercom/article/viewFile/501/471

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