1864 – O físico escocês James Clerk Maxwell lançou a teoria de que uma onda luminosa podia ser considerada como uma perturbação eletromagnética que se propagava no espaço vazio atraída pelo éter.
1887 –Henrich Rudolf Hertz construiu um aparelho que gerava as “ondas hertzianas”.
1895 – O italiano Guglielmo Marconi vendo a experiência de Hertz pensou em transmitir sinais a distância. Descobriu o princípio do funcionamento da antena que enviaria sinais pelo espaço.
1896 – Marconi enviou mensagens da Inglaterra à França, em código Morse.
1899 – Marconi enviou os três sinais do telégrafo “SOS” realizando a primeira transmissão. Provou transmitir sinais pelo telégrafo sem fio. Estava concebida a radiotelegrafia.
1901 – Um dos marcos da radiotelegrafia foi a transmissão de uma regata realizada no Canal da Mancha, em que as notícias iam sendo redigidas e enviadas em código Morse sendo captadas pela estação receptora, instalada em Kingston, transmitindo por telefone para a redação do jornal, em Dublin.
1903 – Marconi conseguiu enviar uma mensagem ao outro lado do oceano.
1906 – Reginald AubreyFessenden construiu e dispôs um microfone que transmitia sua voz pelo espaço. A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu na noite de 24 de dezembro de 1906. Usando um alternador desenvolvido pelo sueco Ernest Alexanderson, o canadense Fessenden transmitiu o som de um violino, de trechos da bíblia e de uma gravação fonográfica a partir de Massachusetts e que foram ouvidas em diversos navios na costa norte-americana.
1907 – Estabeleceu-se um serviço telegráfico entre EUA e a Inglaterra.
1908 – Físicos do mundo todo resolveram reterem-se neste experimento e aperfeiçoá-lo.
Embora o senso comum atribua a invenção do rádio ao italiano Guglielmo Marconi, pode-se afirmar que a radiodifusão sonora constitui-se no resultado do trabalho de vários pesquisadores em diversos países ao longo do tempo, representando o esforço do ser humano para atender a uma necessidade histórica, ou seja: a transmissão de mensagens à distância sem o contato pessoal entre o emissor e o receptor, origem dos serviços de correio e dos primitivos sistemas de comunicação por sinais. Embora Marconi tivesse patenteado seus inventos primeiro, o padre Landell de Moura leva o mérito de ser o grande inventor do rádio, já que seus experimentos tiveram resultado três anos antes de Marconi.
Padre Roberto Landell de Moura
1892 – Primeiras experiências da radiodifusão no Brasil.
1894 – Repetiu as experiências e fez suas demonstrações em SP numa distância aproximada de 8 km em linha reta.
O público não aceitava e não concordava com suas teorias. O padre foi considerado praticante do espiritismo, candomblé ou bruxaria. Teve seus inventos destruídos por vândalos, que na Idade Média, procuravam feiticeiros. Iniciou novamente suas experiências e reconstruiu seus aparelhos, em Nova York. Depois de patentear suas obras doou tudo para o governo brasileiro. Por estar muito doente, faleceu anonimamente, em 1928, com 67 anos de idade.
Radiodifusão
1921 - Frank Conrad, em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos, começou a transmitir como passatempo, notícias lidas nos jornais e a executar por meio de transmissor construído por ele mesmo nas horas de folga.
Conquistou radioamadores que solicitavam suas músicas favoritas. A partir daí iniciou a venda de receptores.
A direção da Westinghouse, onde Frank trabalhava, após compreender a importância do invento, implantou a KDK-A, que transmitiu as eleições presidenciais norte-americanas daquele ano. Foi o inicio do rádio como meio de comunicação de massa.
Nas primeiras décadas de 1920 dissemina-se no mundo uma clara divisão entre os três ramos da comunicação que estavam se consolidando que eram: Radiotelegrafia, Radiotelefonia e Radiodifusão.
Radiodifusão no Brasil
A radiodifusão só foi “descoberta” pelos brasileiros em 1922. A primeira demonstração pública de radiodifusão sonora aconteceu no dia 7 de Setembro deste mesmo ano durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro. O público presente à inauguração do evento escutou as transmissões por meio de alto-falantes.
As primeiras emissões regulares em nosso país datam 1923, sendo que a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi a primeira emissora regular do Brasil, fundada em 20 de abril do respectivo ano, liberada por Roquette-Pinto e Morize. Começava efetivamente a trajetória da radiodifusão sonora no país.
O idealismo dos pioneiros do rádio cunha para a primeira emissora do país o slogan “TRABALHAR PELA CULTURA DOS QUE VIVEM EM NOSSA TERRA E PELO PROGRESSO DO BRASIL”. Com base nesses parâmetros Roquette-Pinto definia o novo veiculo de comunicação: “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; e o animador de novas esperanças; o consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que o realizem com o espírito altruísta e elevado”.
Na primeira metade dos anos 20 o Brasil ainda não havia despertado para as potencialidades de lucro do rádio a partir de uma programação financiada pela venda de espaço publicitário. Esta nova consciência das possibilidades lucrativas do veículo tem suas origens na Radio Clube do Brasil fundada em 1924 por um dos técnicos que auxiliara na estruturação da Rádio Sociedade. A emissora foi a primeira do país a obter autorização para transmitir publicidade.
Em meados dos anos 30 surge a 1ª rede brasileira de emissoras, a Rede Verde-Amarela dos Byington que realiza a 1ª cobertura esportiva de um Campeonato Mundial de Futebol, na França, em 1938.
O rádio exibiu uma particularidade que até então não existia: marcar o tempo das tarefas cotidianas. As notícias em média 13 eram então selecionadas, colocadas em ordem, adaptadas à linguagem radiofônica e redigidas conforme as regras do MANUAL.
Consta no Manual que o redator deve se preocupar com o som das palavras deve escrever seu trabalho em voz alta, usar uma linguagem simples e coloquial, redigir as notícias de forma tão clara que possa entendê-las quem esteja prestando somente uma atenção distraída.As frases deviam ter entre 30 e 40 palavras, no máximo, e cada notícia não deveria durar mais de 14 ou 15 segundos. Em resumo, o Manual exigia redação sintética, sem adjetivos e comentários, evitando notícias longas.
As notícias dos anos 40 apresentaram como características o conflito mundial, a Segunda Guerra, no Pós-Guerra, na luta Capitalismo x Comunismo e o posicionamento dos países em relação à política Internacional. Nos anos 50 a palavra mais falada e ouvida é Modernização com o fim da ditadura do Estado Novo e da censura, o PIS se revitaliza, o jornalismo marca a sua contribuição histórica.
Emissoras implantadas no RS na década de 30:
07/09/1933 – Sociedade Difusora Rádio Cultura – PRH-4 em Pelotas.
27/10/1934 – Rádio Difusora Porto Alegrense – PRF-9 em Porto Alegre.
24/07/1935 – Rádio Farroupilha de Porto Alegre – PRH-2 em Porto Alegre.
Foram 52 emissoras implantadas no Brasil nesta época.
Vozes
Entre as vozes majestosas de locutores nacionais de 1923 até hoje, podemos citar Cid Moreira.
Alguns dos ídolos populares: “Os Cantores do Rádio”
Cauby Peixoto
Agnaldo Rayol
Dorival Caymmi
Jackson do Pandeiro
Luiz Gonzaga
Moacyr Franco
Teixeirinha
Algumas das “Rainhas do Rádio”
Ângela Maria Carmen Miranda Dalva de Oliveira Elis Regina Emilinha Borba Hebe Camargo Maysa
As primeiras eleitas Rainhas do Rádio foram as irmãs Linda e Dircinha Batista, em 1936.
Programas de Auditório
Esses programas criaram ídolos, cuja imagem era reforçada pela presença nas chanchadas, principal produto de cinema da época, e por apresentações nas grandes casas de espetáculos, a maioria cassinos, até que o jogo foi proibido pelo presidente Eurico Gaspar Dutra.
Os programas de auditório eram um mistura de programa radiofônico, show musical, espetáculo de teatro, variedades, circo e sorteios.
Celso Guimarães, na Rádio Cruzeiro do Sul de SP, criou espaço para apresentação de novos talentos, então surge o programa “Calouros em Desfile ou Calouros do Ari” apresentado por Ari Barroso, que além de músico era narrador esportivo, mas ficou famoso como apresentador na Rádio Nacional.
Ari Barroso
Em 1945, Paulo Gracindo apresentava um programa de músicas carnavalescas na Nacional e que foi substituído por César Alencar que apresentava o programa “Quatro Ases e Um Coringa” onde surgiu no rádio a primeira vinheta cantada.
Em 1931, surge o humor radiofônico, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com um programet de cinco minutos chamado “Manezinho e Quintanilha”. Ao longo dos anos 30 surgem duplas caipiras humorísticas como Alvarenga e Ranchinho ou Jararaca e Ratinho. Estes programas se popularizam na década de 40, talvez os principais tenham sido “PRK-30”, “Edifício Balança Mas Não Cai”, “Tancredo e Trancado” e “Piadas do Manduca”.