terça-feira, 6 de setembro de 2011

Matéria pingue-pongue

RELACIONAMENTO VIRTUAL
A vida amorosa de Camila iniciou pela internet, em 2008, e dura até hoje no mundo real
Natural de Mogi das Cruzes, São Paulo, Camila Melo, 19 anos, é estudante de Publicidade. Seu namorado Jean Picetti, 20 anos, é estudante de Design e nasceu em Nova Prata, Rio Grande do Sul. O casal aguentou firme a curiosidade de conhecer um ao outro por dois anos e 8 meses, namorando só virtualmente. Hoje, há quase quatro anos juntos, somando o virtual e o real, Camila concede entrevista e abre o coração para contar sua história de amor.
Alice: Camila, como foi que conheceu seu namorado?
Camila: Nos conhecemos em um jogo de RPG on-line chamado World of Warcraft há uns quatro anos, tínhamos 16 anos na época. Primeiro viramos amigos. Ele me perturbava muito, me sacaneava, mas tudo na brincadeira que dura até hoje (risos). Com o tempo fomos percebendo que tínhamos coisas em comum, e resolvemos tentar algo mais sério, mesmo sabendo que poderia demorar até nos encontrarmos.
Alice: Como e quando foi seu primeiro encontro com ele, fisicamente?
Camila: Nos encontramos pela primeira vez no dia 24 de julho de 2009, por volta de um ano e meio depois de começarmos a “namorar”. Ele veio me conhecer junto com os pais, foi um presente da mãe dele. O primeiro contato foi ainda no aeroporto.
Alice: Hoje você mora com o Jean e os pais dele. Morar junto foi uma escolha sua? Por quê?
Camila: Foi uma escolha nossa. Eu sempre tive vontade de morar no Sul, e com o tempo, querendo ou não o relacionamento fica desgastante, é muito difícil não ter a pessoa amada por perto. Aí surgiu a oportunidade de eu vir estudar aqui, quando ganhei a bolsa do ProUni. Juntei o útil ao agradável.
Alice: Sabe-se que o estado de São Paulo é mais quente que o RS. Você já se adaptou com o pedacinho gelado do Brasil?
Camila: Um pouco. Morar em um lugar e conhecer as pessoas é fácil, o difícil é ficar longe da família, sinto muita falta dos momentos que costumávamos passar juntos. Estar em família, e não apenas junto é o que eu sinto mais falta.
Alice: Vocês pensam em casar oficialmente?
Camila: Claro! Mas precisamos ter nosso canto antes, casar e continuar morando com pai e mãe/sogro e sogra não dá né?
Alice: Vocês continuam jogando aquele que foi o “cupido” ou o “ponto de encontro” de vocês?
Camila: Até um tempo atrás estávamos jogando, mas como passamos a jogar no servidor oficial, e esse é pago, tivemos que parar. Porém, temos planos de voltar a jogar, dessa vez em família, meu irmão e minha cunhada também jogam.

A reportagem feita com Camila Melo me fez conhecer um pouquinho mais sobre sua história de amor virtual. Este trabalho foi realizado na aula de Língua Portuguesa CS I, ministrada pela professora Alessandra Rech.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

“Homossexualidade: Idade Média x Contemporaneidade”

Aventurando-me pelas disciplinas do curso de História, tive a oportunidade de realizar um trabalho polêmico e amplo. Com o tema “Cidadania” em mãos, decidimos abordar a “Homossexualidade: Idade Média x Contemporaneidade” por estar cada dia mais presente na sociedade e por desafio a descobrir pessoas homofóbicas próximas de nós. Na disciplina Introdução ao Estudo da História, com a professora Katani Ruffato, reuni-me com meus colegas Cassiano Drey Ferreira, Cristiano Terra Alves, Leila Stangherlin da Silva e Priscila Bortolosso.
Para elaboração do trabalho foram feitas entrevistas com o são-marquense Pe. Jairo Grison de 65 anos de idade e 36 anos de ordenação e com uma pessoa homossexual que preferiu não se identificar. Além disso, colhemos depoimentos de um psicanalista e do Papa Benedito XVI. Antes de iniciar a apresentação fizemos uma enquete com 22 colegas que se dispuseram a participar de nosso trabalho respondendo “Você é a favor da homossexualidade?”. Para a nossa surpresa 17 pessoas confirmaram ser a favor (não ter preconceito) e 5 disseram que não são a favor da homossexualidade.

Instrumentos de tortura da Idade Média

Jornal e fotografias





 
Recebemos a imagem principal da professora Candice Kipper. A partir dela teríamos que montar um jornal com matérias de acordo com a imagem e as outras mais 5 fotografias que deveríamos fazer. Eu e minha colega Camila Melo trabalhamos juntas no jornal “Fofos e Travessos” para a disciplina de Introdução à Fotografia.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

kitsch

O termo kitsch é originário da língua alemã e designa uma “desagregação da função estética”.
Em alemão, tem sua base na palavra kitschen, que designa o que é falso, cópia, reciclagem. Significa uma coisa que pretende passar por outra, ou seja, o que pretende passar por original.
A terminologia mais próxima está na linguagem da gíria, ou seja, o que se entende por brega, ou cafona. Mas esses termos, em português, na realidade não abrangem tudo o que o termo kitsch envolve, por isso mesmo, a terminologia utilizada continua sendo a alemã. É utilizada desde o século XIX.
O kitsch é um produto da arte de massa que tem por base a cópia, a falta de originalidade, o mau gosto, a imitação da obra de arte de forma simplória e barata e de aspectos estéticos consagrados pelo gosto do público. Também é usado para tudo que está fora do contexto.
É um produto da indústria cultural que tem por objetivo o consumo.
Jornal kitsch

Para a apresentação do trabalho valeu chegar à aula caracterizada com o tema proposto. E vejam só o resultado.



O jornal kitsch, chamado Ki Chic, foi desenvolvido por Alice Pellizzoni Lima, Camila Melo, Caroline Dall’Agnol, Estefânia Kroth e Lucas Soboleswki, na disciplina de Estética e Cultura das Mídias ministrada pela professora Kenia Pozenato.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Radionovelas


A primeira radionovela transmitida no Brasil aconteceu em 1º de junho de 1941, do cubano Leandro Blanco, adaptada por Gilberto Martins: “Em Busca da Felicidade”, que durou quase três anos, que ia ao ar nas manhãs de segunda, quarta e sexta. A novela foi veiculada no rádio para alavancar as vendas do creme dental Colgate-Palmolive da indústria americana. O público ouvinte a acompanhou pela PRE-8 Rádio Nacional do RJ.
"Em Busca da Felicidade"

Pela mesma emissora, a famosa radionovela chamada “O Direito de Nascer” teve autoria de outro cubano, Felix Caignet, traduzida e adaptada por Eurico Silva. Foi a radionovela de maior audiência que mudou a rotina carioca. Naquele horário os cinemas, teatros e outros lugares ficavam vazios para ouvir a novela.
Elenco de "O Direito de Nascer"

As novelas da Rádio Nacional caracterizavam-se sempre pela boa qualidade, não admitindo textos negativos, destrutivos ou indignos. Também não era permitido que o vocábulo amante aparecesse.
No mesmo ano, a PRA-5 Rádio São Paulo lançou “Fatalidade”, a primeira radionovela escrita por autor brasileiro, o jornalista e teatrólogo Oduvaldo Viana. Este escreveu mais de cem radionovelas.
No RS o grande nome do radioteatro foi Túlio Amaral, que entre outras escreveu “Acusação Injusta”, para o grande Teatro Farroupilha, da PRH-2 Rádio Sociedade Farroupilha de Porto Alegre.
Depoimento da são-marquense Acely Antônia Rizzon Toss, 76 Anos
“Lembro-me na época em que o rádio transmitia novelas, eu escutava 12 por dia na Rádio Nacional do RJ, na Tamoio do RJ, na Tupi de SP e na Farroupilha de Porto Alegre. Na Rádio Nacional eram famosas na época as novelas: ‘O Direito de Nascer’, ‘As Aventuras de Jerônimo’, ‘Raquel e os Dois Anjinhos’, ‘Neblina’, ‘Os Deuses Também Choram’, ‘Redenção’.Na Rádio Tamoio, às 18 horas, todos paravam para ouvir o locutor Júlio Lousada rezar a ‘Ave Maria’ e ‘Pausa para a Meditação’, onde lia carta de ouvintes aconselhando-os; à noite o programa famoso era o do Coli Filho chamado ‘Salão Grená’ onde eram lidas poesias seguidas de um tango ou de um bolero.Na Rádio Farroupilha, a novela de sucesso era ‘A Pequenina Cruz do Teu Rosário’, sendo que o locutor mais famoso era Ari Rego. A Rádio Nacional teve como locutor mais famoso César Ladeira que lia crônicas e fazia comentários bastante críticos, seu programa ia ao ar depois do Repórter Esso”.
Atores conhecidos que se destacaram pelas radionovelas: Paulo Gracindo, Eva Vilma, Carlos Zara, Mario Lago, Valter Foster, Tônia Carrero, Otávio Gabus Mendes, Anselmo Duarte, Oduvaldo Viana, Procópio Ferreira, Mara Rúbia, EtyFrazer, ZilkaSalaberry e Tony Ramos em início de carreira na novela “Antônio Maria”.
Cantores que se destacaram nos programas de Manoel Barcelos e César de Alencar: Linda e Dercy Batista, Emilinha Borba e Marlene, Aracy Monteiro, Aracy de Almeida, Inezita Barroso, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Orlando Silva, Erivelton Martins, Vicente Celestino e sua mulher escritora chamada Gilda de Abreu, Noel Rosa, Ari Barroso, Hebe Camargo e Bibi Ferreira.

Repórter Esso

“O PRIMEIRO A DAR AS ÚLTIMAS”
“TESTEMUNHA OCULAR DA HISTÓRIA”

O mais importante noticioso do rádio brasileiro foi o “Repórter Esso”, personificado pelas vozes de Heron Domingues, Roberto Figueiredo, Saint-Clair Lopes, Casimiro Pinto Neves, Dalmácio Jordão, Kalil Filho, Rui Figueira, Lauro Haggemann e Contijo Teodoro.

A primeira transmissão do Repórter Esso ocorreu em 1941, pela PRE-8 Rádio Nacional do RJ, na voz de Romeu Fernandes. Em SP, o Repórter Esso era transmitido pela Rádio Record PRB-9, que teve Artur Piccinini como seu primeiro locutor. O programa tinha exatos 5 minutos de duração e se caracterizou, inicialmente, como um serviço de informações internacionais da Segunda Guerra Mundial.

1944 – Houve um concurso para escolher a voz padrão do Repórter Esso, tendo como vencedor o gaúcho Antônio Salgado, que não estreou pela oposição de sua família. Em seu lugar foi convocado outro gaúcho, Heron Domingues. Sua estreia foi realizada no dia 3 de novembro permanecendo até 1962, 30 anos informando seu público. As notícias começaram a tomar forma no radiojornalismo através do programa Repórter Esso.
Heron Domingues

1945 – Heron estava tão obcecado em ser o primeiro a transmitir as notícias da Segunda Guerra Mundial que passou a residir nas dependências da Rádio Nacional PRE-8. Acampou no interior do estúdio aguardando o telegrama que diria ter chegado ao fim da grande guerra. Fez mais: gravou a notícia em fita magnética e mantinha o tape consigo esperando o momento exato para divulgá-lo. Passaram-se duas semanas e o telegrama permanecia ausente. Seu companheiro de trabalho o convenceu repousar em sua casa já que tudo estava calmo, e se necessário, havia o recurso da gravação. Meio a contragosto, Heron aceitou. E exatamente quando o mais acreditado radiofônico do país encontrava-se fora de seu posto, eis que chega a notícia: terminou a guerra.O reboliço foi tão grande que a equipe levou algum tempo para localizar a gravação de Heron.

Permaneceu 18 anos como Repórter Esso, até 1962, quando o locutor Roberto Figueiredo o substituiu. A presença de Heron Domingues agregou credibilidade ao noticioso, porque ele deu unidade e ênfase, timbre e a pontuação respiratória ao noticiário que o Esso veiculava. Junto com o Manual os locutores recebiam uma fita-modelo, elaborada por Heron Domingues, contendo orientações básicas,salientando-se a entonação, a postura ,o ritmo e o entusiasmo ao ler uma notícia.

O Repórter Esso não foi uma exclusividade brasileira. Desde 1935 já existia nos EUA, ao todo, 15 países do continente americano e 60 emissoras transmitiram o Repórter Esso.

Com o fim da Segunda Guerra,se encerra a primeira fase do Repórter Esso, pois o noticiário havia cumprido com os objetivos determinados originalmente como parte da Política da Boa Vizinhança, isto é, o de apoiar os aliados durante o conflito, pois ele surgiu exatamente com essa preocupação: a de defender as posições dos Aliados e a de vender a imagem de que tudo o que era americano era melhor, inclusive a filosofia capitalista dos EUA.
No dia 31 de dezembro de 1968, na voz de Roberto Figueiredo, o último locutor do Repórter Esso, numa situação inusitada e extremamente emocionado chora ao microfone narrando os principais fatos do período em que se manteve no ar.
Coube ao Repórter Esso uma missão importante também na área profissional, pois, sem dúvida, foi através dele que houve interesse pelo jornalismo, em especial pelo rádio.O Repórter Esso cumpriu sua missão num momento histórico decisivo, em que os programas radiofônicos e televisivos foram utilizados como arma de guerra pelos governantes. Por isso, permanece como objeto importante para o estudo da comunicação e da História, espelhando as características do seu tempo.

Locutor Orson Welles, 1938, EUA


A notícia de que marcianos haviam chegado à Terra e estavam em Nova Jersey foi transmitida com imenso realismo pela Rádio CBS ( Columbia Broadcasting System). Com uma voz grave, marcante, clara e convincente o locutor Orson Welles anunciava: “Atenção senhoras e senhores ouvintes... Os marcianos estão invadindo a Terra... Estão invadindo os Estados Unidos da América...”.

Após o anúncio desencadeou-se um pânico coletivo naquele país, provocando fugas, desmaios, juras de amor, arrependimentos, enfartos, suicídios e desconsertos que uma catástrofe dessa ordem provocaria.
Os EUA viveram momentos trágicos originados dos microfones da CBS na dramatização de “A Guerra dos Mundos”, a qual disputava audiência com a NBC. A extensão da tragédia foi tão grande que obrigou a CBS a retirar do ar aquelas transmissões, antes mesmo do seu final.

A seguir, Orson Welles fechou um contrato milionário com Hollywood para fazer dois filmes, com total liberdade para produzir, escrever os roteiros, dirigir e atuar.

Colaboradores da História Radiofônica

Roquette-Pinto
Considerado o pai da radiofonia no Brasil, Edgard Roquette-Pinto era professor, antropólogo, etnólogo, médico, poeta e compositor. Fundou em 1923, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro PRA-2. Em 1927, a PRD-5 Rádio Escola Municipal da Prefeitura do RJ, posteriormente Rádio Roquette-Pinto.

Assis Chateaubriand
Dono de um império jornalístico. Iniciou sua carreira jornalística escrevendo para a "Gazeta do Norte", o "Jornal Pequeno" e o "Diário de Pernambuco”. Agia social e empresarialmente com uma ética própria: chantageou empresas, publicou poesias de anunciantes e irritou inimigos. Apesar disso, teve relações cordiais (e interesseiras) com pessoas influentes, até mesmo com Getúlio Vargas. Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e voltando sua atenção para o rádio e a televisão, sempre investindo em novas tecnologias. Na década de 1960, porém, o maior império das telecomunicações no país estava endividado. Chateaubriand sofreu uma trombose que o deixou paralisado e o fez comunicar-se através de uma máquina de escrever adaptada. Morreu em 1968.

Victor Costa
Victor Costa Petraglia Geraldini era "ponto"de teatro. Depois passou para o rádio, foi radioator e em seguida diretor de novelas, na famosa Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a única que era ouvida em todo o país. Sua garra e sua inteligência o alçaram, então, ao topo da emissora. E ele passou à Direção Geral. A Organização Victor Costa foi asegunda rede de comunicações do país, depois apenas das Emissoras e Diários Associados, de Assis Chateaubriand.

César Ladeira
César Rocha Brito Lacerda era locutor e produtor de rádio. Estreou como locutor na Rádio Record. Em 1933 chegava ao RJ para assinar contrato com a Rádio Mayrink Veiga como locutor e diretor artístico. Deu novo ritmo à programação da emissora, dividindo-a em horários definidos e especializados. Despertou o gosto dos ouvintes pela crônica, o editorial e o comentário difundiram programas literário-musicais de fim de noite, estimulando a cultura e colocando a Mayrink Veiga na preferência dos ouvintes. Em 1948 transferiu-se para a Rádio Nacional.Participou ainda de alguns filmes brasileiros.

Ginástica pelo Rádio

O professor que ensinava ginástica pelo rádio era o idealista e abnegado professor Oswaldo Diniz Magalhães. A popularização do rádio, em 1932, e a “carência de recursos técnicos e pedagógicos para difusão educativa” levaram o Professor Diniz a criar o primeiro - talvez no mundo - programa de “radioginasta”, a “Hora da Ginástica”. Manteve-se no ar durante 51 anos. Às 6 horas da manhã ele acordava os seus alunos com um “Bom dia, radioginastas”, uma voz suave, calma, incentivadora e otimista. Ele não ministrava apenas aulas de ginástica, mas também lições de cidadania e boa conduta aos seus fiéis ouvintes. Ao som de seu piano estimulava os ouvintes: 1, 2, 1, 2, 1, 2 e iniciava seus exercícios.

História do Rádio

1864 – O físico escocês James Clerk Maxwell lançou a teoria de que uma onda luminosa podia ser considerada como uma perturbação eletromagnética que se propagava no espaço vazio atraída pelo éter.

1887 –Henrich Rudolf Hertz construiu um aparelho que gerava as “ondas hertzianas”.

1895 – O italiano Guglielmo Marconi vendo a experiência de Hertz pensou em transmitir sinais a distância. Descobriu o princípio do funcionamento da antena que enviaria sinais pelo espaço.

1896 – Marconi enviou mensagens da Inglaterra à França, em código Morse.

1899 – Marconi enviou os três sinais do telégrafo “SOS” realizando a primeira transmissão. Provou transmitir sinais pelo telégrafo sem fio. Estava concebida a radiotelegrafia.

1901 – Um dos marcos da radiotelegrafia foi a transmissão de uma regata realizada no Canal da Mancha, em que as notícias iam sendo redigidas e enviadas em código Morse sendo captadas pela estação receptora, instalada em Kingston, transmitindo por telefone para a redação do jornal, em Dublin.

1903 – Marconi conseguiu enviar uma mensagem ao outro lado do oceano.

1906 – Reginald AubreyFessenden construiu e dispôs um microfone que transmitia sua voz pelo espaço. A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu na noite de 24 de dezembro de 1906. Usando um alternador desenvolvido pelo sueco Ernest Alexanderson, o canadense Fessenden transmitiu o som de um violino, de trechos da bíblia e de uma gravação fonográfica a partir de Massachusetts e que foram ouvidas em diversos navios na costa norte-americana.

1907 – Estabeleceu-se um serviço telegráfico entre EUA e a Inglaterra.

1908 – Físicos do mundo todo resolveram reterem-se neste experimento e aperfeiçoá-lo.

Embora o senso comum atribua a invenção do rádio ao italiano Guglielmo Marconi, pode-se afirmar que a radiodifusão sonora constitui-se no resultado do trabalho de vários pesquisadores em diversos países ao longo do tempo, representando o esforço do ser humano para atender a uma necessidade histórica, ou seja: a transmissão de mensagens à distância sem o contato pessoal entre o emissor e o receptor, origem dos serviços de correio e dos primitivos sistemas de comunicação por sinais. Embora Marconi tivesse patenteado seus inventos primeiro, o padre Landell de Moura leva o mérito de ser o grande inventor do rádio, já que seus experimentos tiveram resultado três anos antes de Marconi.

Padre Roberto Landell de Moura
1892 – Primeiras experiências da radiodifusão no Brasil.

1894 – Repetiu as experiências e fez suas demonstrações em SP numa distância aproximada de 8 km em linha reta.

O público não aceitava e não concordava com suas teorias. O padre foi considerado praticante do espiritismo, candomblé ou bruxaria. Teve seus inventos destruídos por vândalos, que na Idade Média, procuravam feiticeiros. Iniciou novamente suas experiências e reconstruiu seus aparelhos, em Nova York. Depois de patentear suas obras doou tudo para o governo brasileiro. Por estar muito doente, faleceu anonimamente, em 1928, com 67 anos de idade.

Radiodifusão
1921 - Frank Conrad, em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos, começou a transmitir como passatempo, notícias lidas nos jornais e a executar por meio de transmissor construído por ele mesmo nas horas de folga.

Conquistou radioamadores que solicitavam suas músicas favoritas. A partir daí iniciou a venda de receptores.

A direção da Westinghouse, onde Frank trabalhava, após compreender a importância do invento, implantou a KDK-A, que transmitiu as eleições presidenciais norte-americanas daquele ano. Foi o inicio do rádio como meio de comunicação de massa.

Nas primeiras décadas de 1920 dissemina-se no mundo uma clara divisão entre os três ramos da comunicação que estavam se consolidando que eram: Radiotelegrafia, Radiotelefonia e Radiodifusão.

Radiodifusão no Brasil
A radiodifusão só foi “descoberta” pelos brasileiros em 1922. A primeira demonstração pública de radiodifusão sonora aconteceu no dia 7 de Setembro deste mesmo ano durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro. O público presente à inauguração do evento escutou as transmissões por meio de alto-falantes.

As primeiras emissões regulares em nosso país datam 1923, sendo que a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi a primeira emissora regular do Brasil, fundada em 20 de abril do respectivo ano, liberada por Roquette-Pinto e Morize. Começava efetivamente a trajetória da radiodifusão sonora no país.

O idealismo dos pioneiros do rádio cunha para a primeira emissora do país o slogan “TRABALHAR PELA CULTURA DOS QUE VIVEM EM NOSSA TERRA E PELO PROGRESSO DO BRASIL”. Com base nesses parâmetros Roquette-Pinto definia o novo veiculo de comunicação: “o rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; e o animador de novas esperanças; o consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que o realizem com o espírito altruísta e elevado”.

Na primeira metade dos anos 20 o Brasil ainda não havia despertado para as potencialidades de lucro do rádio a partir de uma programação financiada pela venda de espaço publicitário. Esta nova consciência das possibilidades lucrativas do veículo tem suas origens na Radio Clube do Brasil fundada em 1924 por um dos técnicos que auxiliara na estruturação da Rádio Sociedade. A emissora foi a primeira do país a obter autorização para transmitir publicidade.

Em meados dos anos 30 surge a 1ª rede brasileira de emissoras, a Rede Verde-Amarela dos Byington que realiza a 1ª cobertura esportiva de um Campeonato Mundial de Futebol, na França, em 1938.

O rádio exibiu uma particularidade que até então não existia: marcar o tempo das tarefas cotidianas. As notícias em média 13 eram então selecionadas, colocadas em ordem, adaptadas à linguagem radiofônica e redigidas conforme as regras do MANUAL.


Consta no Manual que o redator deve se preocupar com o som das palavras deve escrever seu trabalho em voz alta, usar uma linguagem simples e coloquial, redigir as notícias de forma tão clara que possa entendê-las quem esteja prestando somente uma atenção distraída.As frases deviam ter entre 30 e 40 palavras, no máximo, e cada notícia não deveria durar mais de 14 ou 15 segundos. Em resumo, o Manual exigia redação sintética, sem adjetivos e comentários, evitando notícias longas.

As notícias dos anos 40 apresentaram como características o conflito mundial, a Segunda Guerra, no Pós-Guerra, na luta Capitalismo x Comunismo e o posicionamento dos países em relação à política Internacional. Nos anos 50 a palavra mais falada e ouvida é Modernização com o fim da ditadura do Estado Novo e da censura, o PIS se revitaliza, o jornalismo marca a sua contribuição histórica.

Emissoras implantadas no RS na década de 30:
07/09/1933 – Sociedade Difusora Rádio Cultura – PRH-4 em Pelotas.
27/10/1934 – Rádio Difusora Porto Alegrense – PRF-9 em Porto Alegre.
24/07/1935 – Rádio Farroupilha de Porto Alegre – PRH-2 em Porto Alegre.
Foram 52 emissoras implantadas no Brasil nesta época.

Vozes
Entre as vozes majestosas de locutores nacionais de 1923 até hoje, podemos citar Cid Moreira.


Alguns dos ídolos populares: “Os Cantores do Rádio”
 Cauby Peixoto
 Agnaldo Rayol
Dorival Caymmi
 Jackson do Pandeiro
 Luiz Gonzaga
 Moacyr Franco
 Teixeirinha

Algumas das “Rainhas do Rádio”
 Ângela Maria
 Carmen Miranda
 Dalva de Oliveira
 Elis Regina
 Emilinha Borba
 Hebe Camargo
 Maysa


As primeiras eleitas Rainhas do Rádio foram as irmãs Linda e Dircinha Batista, em 1936.

Programas de Auditório
Esses programas criaram ídolos, cuja imagem era reforçada pela presença nas chanchadas, principal produto de cinema da época, e por apresentações nas grandes casas de espetáculos, a maioria cassinos, até que o jogo foi proibido pelo presidente Eurico Gaspar Dutra.
Os programas de auditório eram um mistura de programa radiofônico, show musical, espetáculo de teatro, variedades, circo e sorteios.
Celso Guimarães, na Rádio Cruzeiro do Sul de SP, criou espaço para apresentação de novos talentos, então surge o programa “Calouros em Desfile ou Calouros do Ari” apresentado por Ari Barroso, que além de músico era narrador esportivo, mas ficou famoso como apresentador na Rádio Nacional.
Ari Barroso
Em 1945, Paulo Gracindo apresentava um programa de músicas carnavalescas na Nacional e que foi substituído por César Alencar que apresentava o programa “Quatro Ases e Um Coringa” onde surgiu no rádio a primeira vinheta cantada.
Em 1931, surge o humor radiofônico, na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com um programet de cinco minutos chamado “Manezinho e Quintanilha”. Ao longo dos anos 30 surgem duplas caipiras humorísticas como Alvarenga e Ranchinho ou Jararaca e Ratinho. Estes programas se popularizam na década de 40, talvez os principais tenham sido “PRK-30”, “Edifício Balança Mas Não Cai”, “Tancredo e Trancado” e “Piadas do Manduca”.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Teoria Crítica


Eu, Etiqueta
Carlos Drumond de Andrade 

Em minha calça está grudado um nome, que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nessa vida, em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada, por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda!

É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante sentinte e solitário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente), e nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.

Não sou – vê-lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares, festas, praias, piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa.

Sou gravado de forma universal, seio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.
 

Este trabalho foi baseado na técnica de fotonovela e no poema de Carlos Drummond de Andrade, "Eu, Etiqueta". Foi desenvolvido por Alice Pellizzoni Lima, Deise Mazzochi e Joice Cristine Heinemann, na disciplina de Teoria da Comunicação I com a professora Eulália Coelho, da Universidade de Caxias do Sul.

TAZ

Nos anos 80, o mundo recebia uma “rede” de informações. Apesar de ser ainda primitiva conseguiu êxito. Esta nova “rede” era formada por comunidades, lugarejos, passagens informativas e algumas mini-sociedades que viviam fora da lei.

A partir da década de 90, ao ser desenvolvida, esta “rede” ampliou-se, transformando-se no que hoje chamamos INTERNET.

Acha-se que no futuro, essa tecnologia, pode tornar-se realidade as Zonas Autônomas Temporárias. São as informações circulando na rede de forma livre e autônoma, sem a ação do homem, sendo automaticamente apagadas após estar desatualizada. Mas, por enquanto, tudo isso é mera ficção científica.
Apesar de seu anti-marketing, TAZ tornou-se um Best-seller. A partir de seu lançamento, no final dos anos 80, foi reproduzido infinitamente na Internet (com a bênção do autor, que é contra direitos autorais) e ganhou edições em dezenas de países. Os conceitos lançados por Bey tornam-se cada vez mais difundidos no universo do ativismo radical de esquerda. Principalmente o conceito de Zona Autônoma Temporária, mais conhecida pela sigla TAZ (de Temporary Autonomous Zone). A idéia de combater o Poder criando espaços (virtuais ou não) de liberdade que surjam e desapareçam o tempo todo. Usando de sua inusitada erudição, Hakim Bey cruza as referências mais inesperadas: da filosofia sufi aos situacionistas franceses, de Nietzsche aos dadaístas. E vai buscar precedentes para a TAZ entre os piratas dos séculos XVI e XVII, nos quilombos negros da América e nas efêmeras repúblicas libertárias do início do século XX.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Movimentos Sociais Virtuais

Com a chegada da Internet, na segunda metade do século 90, abriu-se o caminho para um novo mundo. Este mundo virtual não tem a pretensão de atingir milhões de pessoas, privilégio dos que detêm o controle dos meios de comunicação tradicionais. O que busca é promover a disseminação de ideias e o máximo de intercâmbios.

As organizações não-governamentais decidiram apostar na Web, na qual tem a capacidade de disponibilizar, em qualquer tempo e espaço, variadas atividades, formas e expressões de vida.

Segundo Pierre Lévy, o ciberespaço configura-se como um universal indeterminado, sem controles e hierarquias aparentes, sem pontos fixos para a veiculação de informações e saberes, com a peculiaridade fundamental de universalizar sem totalizar. (P. Lévy. Paris: 1997)

Na Web o objetivo básico é disponibilizar, colocar em andamento e execução, tornar dados, imagens e sons acessáveis e acessíveis. Portanto são os usuários que determinam os sentidos possíveis para as mensagens, sendo que os processos não se anulam, eles se acrescentam e se mesclam, acumulam dados e experiências. É a mídia interativa, ultra-rápida, intermitente e multidimensional.

A abundância de variedades na Internet contraria a imaginação dos homens políticos que se habituaram a um universo regido apenas por estatísticas, sondagens de opinião e efeitos televisivos. As vozes da sociedade civil representam grupos de pessoas identificadas com causas e comprometimentos comuns, não importando o porte das ONGs.


As cibercampanhas sindicais, ainda principiantes, partem do entendimento de que, frente a uma economia globalizada, os meios de luta igualmente precisam se internacionalizar e se conectar. Não bastam as greves, as passeatas e a imprensa sindical. Já se pode inundar de e-mails as caixas postais dos patrões e de organismos governamentais; denunciar, em tempo recorde, demissões e abusos, conclamando os consumidores a boicotarem produtos das empresas; e convocar, em tempo real, afiliados para assembléias conjuntas, manifestações de rua e piquetes.

Qualquer pessoa pode endossar o abaixo-assinado virtual e, com um clique do mouse, remetê-lo aos destinatários escolhidos.

No Brasil, a Internet tem sido cada vez mais acionada para difundir campanhas e causas, sobretudo através do correio eletrônico, pois o e-mail mudou o modo de comunicação entre as ONGs.

Há centrais virtuais de denúncias de violações dos direitos humanos onde podem ser enviados por e-mail. Os denunciantes não precisam, necessariamente, se identificar. Mas, se o fazem, o sigilo é assegurado. Os registros são encaminhados aos setores encarregados de averiguá-los e, se preciso complementá-los. Constatada a veracidade da denúncia, o usuário recebe comunicação sobre as providências tomadas.
Interessante é como as redes virtuais se interpenetram e se retroalimentam.

Fonte: http://www.portcom.intercom.org.br/ojs-2.3.1-2/index.php/revistaintercom/article/viewFile/501/471

Origem da Escrita

Não se pode identificar uma única sociedade como sendo a primeira a desenvolver a escrita, pois em épocas muito próximas, vários povos criaram seus próprios métodos de representação gráfica. Por isso citarei alguns desses povos juntamente com suas formas de escritas.

Os sumérios habitavam a Mesopotâmia e sua escrita era cuneiforme. Este nome foi associado ao objeto com formato de cunha, auxiliador de seu desenvolvimento realizado em placas de barro ou argila.
Escrita cuneiforme

Os egípcios no Antigo Egito deram origem a duas novas formas de registros. Demótica, uma escrita mais simplificada; e Hieroglífica, mais complexa, formada de desenhos e símbolos. O papiro, produzido a partir de uma planta de mesmo nome, era uma espécie de papel utilizado pelos egípcios com a finalidade da gravação de suas escritas.
Escritas demótica e hieroglífica, respectivamente

O alfabeto latino, de onde descende nosso português, se origina da versão de um sistema de escrita modificado pelos gregos, anteriormente criado pelos fenícios com naturalidade da costa norte do Mar Vermelho, atual Líbano.

Alfabeto latino

Fonte:         Mundo Educação » História Geral » Origem da Escrita
                   Dr.Mário Carabajal - Presidente da Academia de Letras do Brasil - Especialista em Metodologia da Pesquisa Científica/UFRR